quarta-feira, 22 de julho de 2009

Pelo menos, o trenzinho ainda está apitando

Quem acompanhou a campanha eleitoral para prefeito e vereadores no ano passado em São João del-Rei, se lembra perfeitamente das promessas feitas pelos candidatos. Promessas, quase todos fazem, o problema é as pessoas acreditarem nas do tipo "já no primeiro dia do mandato vamos asfaltar sua rua". Pior ainda, é votar em quem deu um saco de cimento, ou algo congênere ao eleitor. Conforme pessoas de bom-senso previam, as promessas não estão sendo cumpridas, revoltando a população. O que se tem visto não é o cumprimento dos compromissos com eleitores, mas sim, com cabos-eleitorais, através de empregos comissionados nos órgãos públicos, enquanto servidores concursados lutam para elevar o valor do salário base, que hoje é ilegalmente inferior ao salário mínimo.

Agora, os protestos não resolverão o problema, pois, analisando o histórico daqueles que administram atualmente a cidade, o compromisso com a seriedade não é tradição. E não só falta seriedade, mas competência, sensibilidade e honestidade. A maioria da população caiu direitinho no "conto de fadas em caminhos ladrilhados e enfeitados com pedrinhas de brilhante". É hora de parar de sonhar e ter mais inteligência na escolha dos representantes, já que não é fácil administrar uma cidade com quase cem mil habitantes, e para tal cargo, deve ser não uma pessoa que se comunique bem (apesar dos "erro" de "portuguêis"), e sim alguém que saiba lidar com finanças, tenha capacidade de liderança honesta e sem recompensas, que respeite o poder legislativo e, além de governar para o povo através de favores, governe para a cidade, para a rua em que o povo mora. Estamos com sete dos quarenta e oito meses da gestão. Será se os presentes, sacos de cimento e alimentos distribuídos na época já acabaram, ou durarão até o fnal dos quatro anos?

terça-feira, 14 de julho de 2009

Condenado Por Ser Jovem

Uma grande sorte em minha vida foi ter atingido os 18 anos antes dessa febre de perseguição aos adolescentes. Quando estava nessa fase da vida, tinha a oportunidade de reunir com meus amigos em festas e bailes em que a maioria deles curtiam e dançavam com alegria e responsabilidade. Devido a uma minoria de jovens irresponsáveis e tumultuadores, pessoas de maior idade mental e, principalmente, maior poder de decisão encontraram argumentos para atitudes que simplesmente impedem que essa maravilhosa fase da vida seja apreciada e vivida.

A moda do "toque de recolher" imposto por várias cidades brasileiras é apenas mais um absurdo exemplo, inspirado em épocas de guerra ou ditadura. Antes dessa, lançou-se a de "envelhecer" eventos como o carnaval . Na época em que nossos atuais políticos e juízes eram jovens, o sucesso eram as Marchinhas e, nessa época, eles tinham o direito de dançar essas músicas. Porém alguns anos mais tarde a moda passou, mas os "poderosos" insistem em querer impor seus gostos juvenis a todos. Em algumas cidades se proibiu o funk e em outras até o axé. Em bailes, adolescentes não podem entrar.

Para onde, então, vão-se as energias intensas dos jovens. As festas de aniversário se transformaram praticamente na única oportunidade, além da escola (que não pode se incluir na lista de diversões) de pessoas com menos de 18 anos encontrarem com os amigos e se divertirem. Pensa-se, pois, na comodidade de adultos em não ouvir barulho e nem ter que se preocupar com jovens na rua, mas inexistem iniciativas que propiciem lazer aos jovens. Quadras esportivas são escassas, matinês em salões de dança não são mais promovidas e nos finais de semana poucas ações culturais são realizadas.

O problema se agrava quando ninguém "da turma" está fazendo aniversário. A energia dos jovens se concentram em ir para ruas escuras beber álcool e usar drogas, fazer festinhas escondidas em casas vazias ou cair em libertinagem sexual. Esses são apenas alguns exemplos de ações possíveis de serem feitas por adolescentes, diante de tantas proibições cômicas. Portanto, é preferível que se permita a entrada em casas de shows, pois como quase tudo está sendo proibido, qualquer atividade terá que ser ilicita. Quanto ao toque de recolher, ainda tem mais um detalhe. O transporte público, principalmente à noite, é muito demorado. Como adolescentes que estudam à noite ficarão, nessa história?

É preciso que se reveja essas questões com bom senso, pois não se pode relembrar os tempos da ditadura e simplesmente se proibir tudo. Para uma boa formação do indivíduo, além da educação, o lazer é fundamental, mas não é o lazer dos anos 60 e 70 e sim o que irá proporcionar realmente alegria saudável e verdadeira ao adolescente. Com esse panorama, corre-se o risco de a "Geração 2000-10" ter como forma de lazer apenas o MSN, Orkut, Twitter e You Tube.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Melhorar a educação, compromisso do Brasil

Eu fico muito triste quando vejo as pessoas falando errado, mas não os errinhos "normais" que até um universitário comete. Mas o que me deixa triste não é, de forma alguma, os erros em si, mas saber que tais desvios lexicais são apenas um símbolo do descaso histórico com a educação. Tradicionalmente, os barões do Brasil acreditam que o nosso povo "não precisa de educação, precisa apenas saber carregar peso". A educação em nosso país é vergonhosa em vários aspectos. Começando por alguns professores despreparados, desestimulados e acomodados.

Outra questão é a mídia. Na "Malhação", por exemplo, o carinha que estuda é o "careta, bobão, feioso", enquanto quem "pega geral" pouco se importa com os cadernos. Vá, jovens brasileiro, cair nessa história. Os filhos de quem produz esse programa estão nas melhores escolas... Os alunos também, sem o hábito de estudar, sem estímulo de ninguém, sem exemplo da família e forçados a entrarem no mercado de trabalho cedo, pouco valorizam os livros. Até com as mudanças implementadas pelos atuais governantes, a cultura do "não-estudo" impera, ainda.

Por falar em governo, minha geração vive um momento interessante, já que passamos do total descaso para com a educaçao por FHC e Itamar Franco, para o governo Lula e Aécio que, finalmente, investiram um pouco em educação. Espera-se que os investimentos não sejam cortados nas próximas administrações, pois tem-se ainda muito o que fazer. Só não consigo, porém, apesar dos atuais investimentos, ficar feliz ao ver pessoas de altíssima inteligência ganhando salário mínimo por não terem tido a oportunidade de estudar, e ainda, pessoas que não sabem ler nem escrever funcionalmente em pleno século XXI.

De fato, não tenho esperanças em ver uma mulher de 40 anos que não estudou e tem 6 filhos, em uma banco de universidade, mas espero que os investimentos na área não cessem, pois o futuro do Brasil depende disso. Além disso, a educação é uma forte arma na luta contra o desemprego e o crime, já que um empresário não contrata pessoas sem estudo e, para sobreviver, esta acaba entrando no crime. Portanto, a educação merece atenção de toda a sociedade, pois, se o nível cultural e intelectual do país melhorar, a vida de todas as pessoas também melhorá.

Leia "Paradigmas" até o final, não pare no "Para"

Você já imaginou como os paradigmas atrasam o desenvolvimento da humanidade? Quanto tempo se perdeu no desenvolvimento dos carros, dos relógios, da mídia e, voltando quinhentos anos, insistindo que a terra era plana e que o sol girava ao nosso redor? A questão dos paradigmas é extremamente complexa, pois muitas boas idéias foram barradas por eles, contudo algumas que fugiram deles não obtiveram êxito. Se, por um lado, continuar seguindo um paradigma leva sempre aos mesmos resultados, por outro, revolucionar demais é extremamente arriscado.

Apenas três elementos podem amenizar essas questões, o talento, a sensibilidade e o esforço. Somados, eles possibilitam que o indivíduo saiba utilizar padrões de paradigmas pré-existentes com a adição de novos elementos. Esses elementos, em geral, são pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Os relógios mecânicos da suiça eram os melhores do mundo até que os japoneses inventaram o eletrônico. A grande diferença é que os japoneses alteraram apenas a forma de funcionamento, por exemplo, de um relógio de pulso. Certamente, se eles quisessem revolucionar demais, mudando os relógios do pulso para o pescoço, a genial invenção do relógio eletrônico seria fadada ao fracasso. Isso se chama inteligência, pois até historicamente as grandes revoluções começaram com pequenas mudanças de paradigmas, mas que foram alterações importantes.

O segredo para driblar os paradigmas é justamente não querer derrubá-los totalmente, mas usar suas propostas como um ponto de partida. É fato que até para fazer pequenas mudanças um indivíduo encontra dificuldades, mas quem tem a sensibilidade e inteligência para sugerir-las e se esforça em implementá-las superará o até então supra-sumo da área. O problema é que, após as mudanças terem sido feitas, as pessoas imaginam terem chegado ao padrão perfeito e não permitem mais alterações. E a novela se reinicia.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Resenha de: A Revolução não será Televisionada (The revolution will not be televised)

Em abril de 2002, na Venezuela, após uma série de ataques da mídia local, o presidente Hugo Chávez sofre um golpe e é sequestrado. Uma equipe de TV da Irlanda estava no país desde setembro de 2001, para realizar um documentário sobre o presidente e sua administração popular. Kim Bartley e Donnacha O’Briain, ao perceberem a movimentação política do país, registraram as manifestações, pró e contra, que culminaram no golpe. Esses registros, com imagens inclusive do interior do palácio, se tornaram o documentário “A Revolução não será televisionada”, lançado em 2003.

A elite venezuelana estava insatisfeita com a administração de Chávez, pois essa reduziu as suas regalias. A mídia, principalmente televisiva, noticiava, mentirosamente, fatos contra o presidente, inclusive que Chavistas teriam assassinado várias pessoas em um protesto. Nos dias do golpe, foi divulgado que presidente renunciou, o que era mentira. A TV omitiu o fato de que Chávez não assinou a renúncia e que ele somente se entregou aos golpistas sob a ameaça de o palácio presidencial ser bombardeado por militares contrários ao regime Bolivariano. Naquele momento era impossível que a verdade chegasse ao povo, pois os canais que apoiavam Chávez sofreram sabotagem técnica e ficaram fora do ar. Assumiu, com o apoio da mídia e com toda a arrogância, Pedro Carmona, destituindo os poderes até então constituídos.

Chama a atenção, também, uma transmissão de TV, nas primeiras horas pós-golpe, em que, imaginando já terem ganhado a “guerra”, uma pessoa agradece as cinco redes de TV comerciais, nome por nome, que ajudaram na conquista daquele “final feliz”, para as elites, claro. Quanto ao destino de Chávez e os movimentos populares em apoio ao presidente, as emissoras literalmente se calaram. Ao contrário, elas insistiam no sucesso do golpe a “vendiam” a imagem da paz a partir daquele momento.

Porém, algumas pessoas tiveram acesso às notícias de outros países e descobriram que o que aconteceu de verdade, é que o presidente foi sequestrado. A informação logo se espalhou e o povo saiu em protesto até o palácio presidencial. Milhares de manifestantes pressionaram e, após uma reação dos militares Chavistas que guardavam o palácio, os golpistas foram presos. Em seguida, o canal estatal voltou ao ar e, como Chávez não chegou a assinar a renúncia, foi transmitida a posse do seu sucessor, segundo a Constituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputados.

O documentário aborda esses fatos com muita maestria. Ele mostra os acontecimentos de forma cronológica e aborda o poder manipulante da mídia, desmentindo as montagens e edições feitas nas filmagens da TV comercial. São apresentadas as declarações de jornalistas contra Chávez, que se provaram mentirosas. Claramente, fica demonstrada a relação da imprensa local com a elite econômica do país. “A revolução não será televisionada” usa, inclusive, ironia comparando o que os oposicionistas afirmavam, com a verdade. Percebe-se, com as declarações transmitidas pelas cinco redes comerciais, que Hugo Chávez não censurava a imprensa, pelo contrário, eram faladas coisas terríveis, agressivas e mentirosas.

O vídeo incluiu entrevistas com a população, tanto favoráveis ao presidente, como contra. Essa abordagem das entrevistas, sem dúvidas, conferiu maior credibilidade ao documentário. É mostrada, também, uma cena que chega a ser cômica: A equipe de Carmona, antes arrogante, presa no interior do palácio Miraflores. Demonstrando os ideais obscuros dos golpistas, o documentário mostra o cofre do palácio esvaziado.

Fica explicado no vídeo, porque Hugo Chávez passou a se preocupar com as comunicações, criando emissoras estatais e não renovando a concessão da RCTV (Comparativamente a Rede Globo da Venezuela, à época), após a apresentação da fala de seu Ministro do Desenvolvimento: “os adversários eram muito poderosos e não deu tempo... Não organizamos uma política de comunicações”. Em meio ao desânimo de sua equipe de governo, Chávez aparenta acreditar realmente que voltaria ao governo. A força do povo fez com que ele realmente voltasse ainda mais fortalecido.

O documentário não é amplamente distribuído e foi exibido no Brasil pela TV Câmara.


Ficha técnica
  • Gênero: Documentário
  • Data: 2003
  • País: Irlanda
  • Filmado e dirigido por: Kim Bartley e Donnacha O'Briain
  • Produzido por: Power Picture associada à Agencia de Cinema da Irlanda.
  • Edição: Angel H. Zoido
  • Produtor Executivo: Rod Stonemann
  • Produzido por: David Power
  • Duração:74 minutos

Parece até que eles já sabiam…

(diário de uma peça do sistema)

O sistema, sabe-se lá porque, faz com que tudo se abra durante a manhã. Por isso, tive que entrar na moda e comprar um celular, mesmo que às vezes eu me pergunte se um despertador à corda não faria o mesmo. Também me pergunto pra que comprei um celular “tão da moda”, se não uso nem 5% dos recursos que algum engenheiro sem o que fazer inventou.

Já que existe, peguei o controle remoto e liguei a TV até tomar coragem de me levantar. Fui passando de canal em canal e, como não achei absolutamente nada interessante, fiquei na Globo (pra não fugir da moda). Eles falavam da gripe suína no “Bom dia Brasil” e eu na hora nem me toquei que eles exageraram bastante na cobertura, por puro marketing, e fiquei assistindo. É hora do intervalo. Aí me entra um comercial da “Seven Boys” com um pãozinho brilhante, suculento, cheiroso (na hora até inventei que TV tinha cheiro) e muito mais adjetivos saborosos.
Parece até que eles sabiam que eu estava com fome. Não resisti. Levantei-me, tomei um banho com aquele sabonete que anuncia na novela, enxuguei-me com a toalha da loja que anuncia na rádio e vesti a grife que anuncia no “Pânico na TV”. Ah, e só um detalhe, isso tudo com a TV ligada, para eu ouvir as mesmas notícias que tinha lido na noite anterior no G1.

Aí esperei o programa acabar (mesmo com fome), pois eles apresentaram no último bloco uma reportagem sobre o Pink Floyd e, mesmo sabendo que não iam falar nada a mais do que já sei sobre os caras, não podia abandonar a emoção de ver o Floyd na Globo!

Depois, saí de casa e fui à padaria em frente. É legal que nesses casos de padaria, açougue, farmácia e outras coisas, a gente até imagina que a mídia não tem poder, pois é tudo tão pertinho que não dá vontade de ir no que anuncia na revista mas está no outro bairro. Aí vem a Coca-Cola e leva meu leviano pensamento ao chão. Parecia que ela já sabia que eu estava contra a mídia e atacou meu ponto fraco: Mulheres. Entro na padaria do Sr. Miguel e me deparo com um banner da secretíssima multi-nacional. A garota do anúncio era tão linda, que, além de comprar o pão que vi na TV minutos antes, pedi que me vendesse também uma coca-cola de 600ml (mas que vem só com 500ml).

E lá vou eu... Quando pensei nessa expressão ao sair da padaria, comecei a cantarolar: Lá vou eu, lá vou eu, hoje a festa é na avenida... Bom, mas após o surto carnavalesco, entrei em casa e liguei o rádio. Era o programa Waldir Gomes. Ele tava lá, xingando tudo e todos envolvidos em uma confusão lá num bairro. E o bobo aqui ouvindo, como se tivesse alguma coisa a ver com a briga. Enquanto isso, tomei meu lanche: Seven Boys com coca-cola. Bem nutritivo...

Pego minha moto Yamaha, marca escolhida porque o Fausto me falou que era legal (ele é um líder de opinião, segundo os defensores da Teoria Empírica de Campo que estudei na facul), saio na rua e resolvo abastecer. Como sou apaixonado por carro e moto, escolhi o posto Ipiranga. Rodei mais alguns minutos e tive que parar. Uma galera, todos fantasiados de Chê Guevara, estava protestando contra a imitação que Lula faz das políticas econômicas dos Estados Unidos e contra a crise mundial. O que não entendi é, porque o Lula não pode imitar os americanos, mas eles podem imitar o argentino que revolucionou Cuba e morreu na Bolívia? E outra, parece que eles não sabem que lutando pelo emprego de uns, através de protestos que travam o trânsito, várias pessoas se atrasam e podem perder seus empregos também.

Finalmente consegui chegar na empresa. Com essa confusão toda, atrasei 20 minutos. O sistema é rígido. Atrasou? Sala do patrão. O sistema é rígido, mas o chefe entendeu e me disse que eu devia ficar até mais tarde para compensar. Que bom! Dessa vez me safei. Meu patrão foi bonzinho, parece até que ele sabia que ia precisar que eu segurasse a onda naquele dia.

O dia de trabalho foi apertado. O aparelho que o chefe comprou de um vendedor muito puxa-saco pifou de novo. Aí tive que fazer tudo manualmente. Resolvi mostrar ao diretor que era interessado na solução do problema e sugeri que comprassem de uma marca que eu já conhecia há anos. Ele faltou me demitir, pois achou que “a firma é deles, eles é que tem que pensar nisso” (mas na hora que o bicho pega, funcionário é que tem que se virar).

Final de expediente. Minha moto ficou na rua e, por isso, tava cheia de panfletos de propaganda que colocaram lá. Um deles é de uma campanha pela coleta seletiva de lixo. Esse eu fiz questão de jogar no chão. Os outros, eu fui um cara legal e coloquei no lixo, mesmo sem ler.

Chego em casa, abro a geladeira e pego ingredientes da Sadia pra fazer um sanduíche. Não, outra marca não! Se as outras marcas não têm dinheiro pra anunciar na mídia, teria pra fabricar algo de qualidade? A mídia me convence que não. Coloco tudo no forno de micro-ondas “Dako”, que comprei ao lembrar-me de uma “cantora” que elogiava a marca dizendo o quanto ela é boa... Ela sabia que cantar a música aumentaria as vendas do produto? Não, dessa vez ela só sabia o quanto transformar esse substantivo em verbo era prazeroso pra ela, só sabia disso... Feito meu lanche, vou assistir a “Malhação”, porque mesmo achando tudo isso muito chato, não posso ficar de fora das conversas da galera na aula.

18h45min. É hora de ir pra Universidade. Calço meu tênis olimpikus tube (não é o modelo que passa da TV, mas serve), pego meu caderno Tilibra e vou pra aula. Chegando lá, anúncios, anúncios, modas, pessoas igualmente diferentes, computadores da fábrica de um governador e na lanchonete, pra não perder o costume, Coca-cola. As aulas preparam os alunos para entrarem no “esquema do sistema”, afinal, será o sistema quem pagará seus salários.

Saio 10:30 e volto pra casa. No caminho observo um out-door da Ricardo Eletro me ordenando a desobedecer alguma coisa, só não captei o que. Por sorte de meus pais, já estou bem grandinho, pois, em caso contrário, acharia que era pra desobedecer a eles. Caminhando mais, passei em frente a um banco evangélico, ops, igreja evangélica. Tentei passar longe (pois essa igreja não é séria), porém tive a infelicidade de ouvir o pastor dizendo para os fiéis/clientes “doarem 800.000 reais para eles comprarem uma rádio que divulgue o nome do Senhor”. Parece que eles sabem como enganar um bobo. Pelo menos não me chamaram pra entrar...

Passei no Mac-Donalds e pedi o sanduíche exibido no banner, pois “a foto era deliciosa”. Logo em frente tinha uma lanchonete bem legal, com um sanduíche mais gostoso e barato, mas Mac-Donalds é Mac-Donalds...

Já em casa, entrei no Msn, no Orkut, no Twitter e no Gmail em meu notebook Toshiba. Liguei a TV também, primeiro no “Aprendiz”. Nessas horas que fico feliz em não ter muito dinheiro, porque se tivesse, compraria aquele Palm-centro que os aprendizes usam, afinal, são tão universitários quanto eu e possuem o aparelhinho. Ainda não entendi porque eu precisaria daquilo, mas tenho vontade de comprar. Parece que eles já sabiam que nós insatisfeitos com a TV aberta, assistimos a esse tipo de programa e, por isso, colocaram uma propaganda da SKY. Também passou uma propaganda da perdigão que, a partir de amanhã estará na minha geladeira, porque não vou comprar qualquer marca, é claro.

Saem os aprendizes da Record, passo para o “professor” Jô. A disciplina dele é “como entrevistar quem não tem nada a dizer?”. O problema é que ele acha que sempre deve usar suas “táticas de entrevista”, independente de quem seja o entrevistado, ou seja, nunca deixar nenhum convidado falar. Quem são os convidados? Um cantor do casting da Som-livre, um deputado do PSDB e um ator da novela das oito. Mas assisti, mesmo cansado, pois gente “chic”assiste o Jô e, quem não quer ser “chic”, que atire a primeira pedra.

Tá na hora de dormir, pois mesmo preferindo a madrugada, tenho que dormir na hora que o sistema determina. Paro em um momento de reflexão: Porque vou dormir agora? Porque caí em tantas tentações de marketing? Porque tenho que comprar tanta coisa inútil? Porque penso em tudo isso, ouço música independente, e, mesmo assim, vou fazer tudo igual no dia seguinte? Poxa, quem tem a resposta? Parece que o sistema sabe o que fazer pra que eu caia nessas tentações midiáticas! Parece não, tenho certeza! O sistema já sabe o que eu vou fazer, já sabe o que eu vou comprar, sabe até que eu estou pensando nisso. A vida é um “Matrix”. São 01:17. se eles estão acordados, estão rindo da nossa cara. Dá vontade de revoltar, mas quem sou eu perto do sistema. Ah, quer saber de uma coisa? Não posso mudar o mundo, mas pelo menos posso desligar a TV e dormir, afinal o sistema estará me aguardando pela manhã e eu sei que eles sabem disso... Boa noite.

Loucos Pela Arte

Manicômicos fazem sucesso em São João del-Rei

O grupo cultural ManiCômicos, que está em cena desde 1998, apresentou, na última quinta-feira (7), a peça "Rosa-Flôr", em seu próprio espaço cultural e conquistou aplausos do público. O espetáculo estreiou em 2007 e aborda um pouco do universo feminino, com base em pesquisas e leituras de Guimarães Rosa, Ruth Rocha e Clarisse Lispector.
Formado em São Paulo, o grupo teatral chegou a se apresentar para 300.000 paulistas de diversas comunidades. Em 2003, atraídos pelos festivais de Inverno mineiros, decidiram se mudar para o estado. A cidade escolhida foi São João del-Rei, o que estimulou os ManiCômicos a buscassem a "mineiridade para seus espetáculos". Nessa busca, "Rosa-Flôr" foi a primeira obra desenvolvida em Minas.

Segundo o ator e diretor da peça, Juliano Pereira, o grupo procura estabelecer um "diálogo com o mundo em que está vivendo" e está em "uma eterna busca pelo aperfeiçoamento técnico e estético, tentando não repetir fórmulas, mas descobrir a cada novo espetáculo, um caminho que leve mais fundo na compreensão do teatro e da relação que ele estabelece com a platéia."
Além de Pereira, a peça conta com os atores Jean, Orlando, Cíntia e Marilaine. O número reduzido de atores, por razões de economia, faz com que cada um interprete vários personagens em um mesmo espetáculo, no entanto, essa limitação do grupo tornou a peça ainda mais divertida.

Os ManiCômicos também realizam atividades educativas, culturais e pedagógicas que levam o teatro e a arte para comunidades e escolas. Um deles é o projeto "Arte por toda parte" que tem o objetivo de tornar a arte mais presente na vida das pessoas. Através desse projeto, são realizados espetáculos e oficinas teatrais em várias comunidades da cidade e região, cursos profissionalizantes de preparação para atores (com certificado do Sated), publicação trimestral da revista cultural do grupo e a realização de um festival anual no palco do teatro Municipal.

Os recursos para as atividades do grupo são obtidos através da venda de ingressos a preços populares e da lei de incentivo à cultura. Com eles , também é mantido o Espaço Cultural ManiCômicos, que além de ser o palco das apresentações do próprio grupo, está disponível à outras pessoas e grupos que promovem atividades culturais. O espaço é amplo e conta com boa infra-estrutura.

Também é desenvolvido o projeto "Dom de Minas" que se compromete a contar a história da cidade por onde passa e fazer o público perceber e conhecer um pouco mais da tradição e dos costumes da sua terra. Ele acontece em São João del-Rei, São Tiago, Lagoa Dourada, Resende Costa, Barroso, Coronel Xavier Chaves, Nazareno e Madre de Deus. Nessas cidades foram realizadas pesquisas culturais e levantamentos da história, origens, curiosidades, costumes e personagens típicos. Em seguida, realizou-se uma oficina com 25 jovens em cada cidade.

Os integrantes do grupo, que participam do Inverno cultural da UFSJ desde 2004, vivem da arte, adoram o que fazem e consideram o teatro um importante instrumento de promoção humana. O Espaço Cultural ManiCômicos fica na rua Industrial Paulo Agostine, 55, Matozinhos, São João del-Rei.

O Agricultor de Idéias

Aos 15 anos um jovem mineiro descobre o poder das palavras. A oportunidade de participar de um projeto de rádio comunitária o fez perceber que ao entrar, no futuro, em um curso de jornalismo, escreveria um conhecido clichê. Isso, devido ao fato que a frase “a palavra tem mais poder que as armas” comprova-se verdadeira.

A percepção que o jornalismo é a arte de “plantar uma semente na mente das pessoas”, fez com que esta pessoa lutasse e conseguisse, aos 22 anos, entrar no curso de comunicação social. Essa luta deve-se a certeza de que é possível a “a semente na mente das pessoas” ser positiva e melhorar a vida dos membros da comunidade.

Porém, 7 anos de trabalhos jornalísticos amadores já demonstraram que nem todas sementes de desenvolverão. Esse fato jamais desanimou ou desanimará o futuro jornalista Bruno Ribeiro, pois para ele o importante é dar ao “terreno intelectual” de cada indivíduo, a oportunidade de ter uma boa semente para cuidar. Se pelo menos, nessa história, surgir um bom fruto, já valerão a pena os 4 anos de estudos e dedicação.

O erro principal desse texto, a excessiva repetição da palavra “semente”, demonstra que para a tal “semente” brotar, o estudante será capaz de abrir mão da perfeição pessoal em prol da principal peça na comunicação: a sociedade.

domingo, 5 de abril de 2009

Futuro Blog do Bruno Ribeiro

Futuro Blog pessoal do Bruno Ribeiro