sexta-feira, 18 de maio de 2012


Grupo da UFSJ pesquisa tempestades severas
Ventos de 139,3 km/h - o que indica a ocorrência de um tornado de intensidade F1 na escala Fujita,- atingiram a cidade de São João Del Rei no dia 16 de novembro de 2008.  Segundo os pesquisadores do grupo da UFSJ dedicado à observação de Tempestades Severas na Região Central de Minas Gerais, esse é o segundo, de seis graus de medida. Atualmente, diante do aumento de fenômenos similares em todo o planeta em razão das mudanças climáticas, os professores Cláudio Pelegrini (DCTEF) e Sérgio Cerqueira (Demec) ressaltam a relevância do objetivo do grupo: entender a distribuição dessas tempestades, inclusive tornados, e criar um método para que elas sejam previstas. Dessa forma seria possível acompanhar a emissão de sinais de alerta e, por conseguinte, diminuir os prejuízos humanos e materiais causados por elas.
Juntamente com o aluno de Engenharia Mecânica, Tainã Barreto – também membro do grupo – na oportunidade, os pesquisadores analisaram as 61 ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros e traçaram um mapa com o trajeto da tempestade que durou cerca de dez minutos e foi um exemplo de uma típica Tempestade Severa, com curto tempo de formação e duração, mas de grande intensidade pluvial e eólica.
O trabalho teve início há dois anos, quando a Fapemig financiou a compra dos equipamentos necessários. Segundo Cláudio Pelegrini, foram analisados os dados obtidos nas estações metereológicas de 25 cidades mineiras, no Corpo de Bombeiros, na mídia, dentre outras fontes. Esses dados foram computados e permitiram criar simulações de tempestades, que auxiliaram na obtenção de resultados. Para fins de pesquisa, são consideradas tempestades severas aquelas com precipitação maior que 41 mm em uma hora e ventos com velocidade superior a 90 km/h.
Durante a pesquisa, foi constatado que o período principal em que elas ocorrem é entre setembro e março. Percebeu-se também que Belo Horizonte se destaca em número de tempestades severas, quantidade de chuvas e velocidade dos ventos, seguida por São João del-Rei. Juiz de Fora e Diamantina apresentam os ventos mais fortes, enquanto Timóteo e Viçosa apresentam os maiores índices de precipitação dentre as 25 cidades analisadas, apesar de perderem para São João del-Rei e BH.
Segundo Cláudio Pelegrini, essa pesquisa denuncia que “a idéia popular de que o Brasil é livre de desastres naturais é equivocada”. Para ele, pensa-se assim porque os estudos sobre as tempestades no país ainda são muito incipientes.  Na realidade, o território brasileiro já é considerado a segunda área do mundo em quantidade de tornados.
Com a criação do método de previsão de tempestades severas, meta da pesquisa em foco, será possível que institutos de meteorologia emitam alertas para que a população se proteja e se prepare para enfrentar o fenômeno. De acordo com Pelegrini, a equipe está satisfeita com os resultados já obtidos, pois já foram publicados em diversos congressos nacionais, tais como.... Ele afirma ainda que o trabalho tem uma boa aceitação de outros estudiosos do campo  da meteorologia.


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